O discurso inicia com uma expressão de profunda gratidão a diversas personalidades, como o Primeiro-Ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali, e o Presidente cessante da União Africana, Mohamed Ould Ghazouani, pela hospitalidade e liderança, respectivamente, em favor do desenvolvimento do continente africano. O orador destaca os avanços realizados pela União Africana em temas essenciais, como educação e desenvolvimento, alinhando-se com os objetivos da Agenda 2063 da União Africana e a Agenda 2030 da ONU. Ele enfatiza que a responsabilidade de Angola na presidência da União Africana em 2025 será crucial para continuar a trajetória de progresso e para enfrentar os desafios de Paz e Segurança que afetam a África.

O agradecimento se estende aos Estados membros da União Africana, especialmente à África Austral, pela confiança em Angola para liderar a organização neste ano. O orador sublinha o significado histórico da presidência, que ocorre simultaneamente com o 50º aniversário da Independência de Angola. Ele manifesta a intenção de Angola em trabalhar para impulsionar a paz, o desenvolvimento socioeconômico e as políticas de infraestrutura no continente, com foco em setores essenciais, como transporte, energia e industrialização, para garantir um futuro próspero para a população africana.
O discurso também aborda a importância de uma cooperação mais robusta com parceiros internacionais, a fim de garantir investimentos e recursos financeiros para a implementação de grandes projetos de infraestrutura em África, como rodovias, ferrovias e usinas de energia. Além disso, o presidente destaca o papel estratégico da África no comércio internacional, mencionando a Zona de Comércio Livre Continental Africana e a necessidade de fortalecer o comércio intra-africano. Ele também enfatiza a relevância do Corredor do Lobito e da ferrovia TAZARA como instrumentos chave para promover a integração e o comércio regional.
A questão das reformas econômicas globais também é tratada, com foco em temas como justiça fiscal, alívio da dívida, financiamento climático e a necessidade de fortalecer a influência africana na governança financeira mundial. O orador destaca a importância da 4ª Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, que ocorrerá em Sevilha, como uma oportunidade para reestruturar as políticas de financiamento e buscar soluções inovadoras para os desafios econômicos globais. Ele sugere que a África deve ter uma estratégia unificada para fortalecer sua posição no G20 e assegurar melhores condições financeiras para o continente.
No final, o discurso se volta para questões de segurança e estabilidade, destacando a importância da paz e segurança para a implementação dos objetivos da Agenda 2063. O orador menciona suas próprias ações como Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África, abordando a necessidade de enfrentar os conflitos internos, o terrorismo e as crises políticas, especialmente na região da África Central e Leste da RDC. Ele encerra com uma ênfase na importância da cooperação pan-africana e no fortalecimento das instituições globais, como a ONU, para uma governança mais inclusiva e alinhada com os desafios contemporâneos.