Washington, 4 de Junho de 2025 – O aguardado encontro entre o ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, realizado esta quarta-feira na Sala Oval da Casa Branca, foi marcado por momentos de forte tensão. Segundo a CNN Internacional, a reunião foi descrita como uma verdadeira “emboscada diplomática”.

Trump trouxe à mesa um tema controverso: as alegações de perseguição e violência contra agricultores brancos na África do Sul, tema frequentemente explorado por setores da extrema-direita internacional. Durante o encontro, Trump exibiu vídeos que, segundo a sua administração, comprovariam crimes contra a minoria Afrikaner no país africano.
Visivelmente constrangido, Ramaphosa reagiu com firmeza, reafirmando os princípios da igualdade e justiça racial que norteiam a nova África do Sul desde o fim do apartheid.
“Opomo-nos totalmente a isso. Em 1995, adoptámos um documento que afirma que a África do Sul pertence a todos os que nela vivem”, declarou.
Trump questiona passividade diante de discursos radicais
Trump intensificou a crítica ao questionar a ausência de punição a figuras públicas que, segundo ele, incitam à violência racial:
“Mas por que não prenderam aquele homem? Ele disse ‘matem os agricultores brancos’ e depois dançou”, acusou, referindo-se a cânticos políticos usados em comícios.
“Confiscam as terras, matam o agricultor branco e nada acontece”, insistiu Trump.
Tentativa de aliviar o clima
Numa tentativa de aliviar a tensão, Ramaphosa recorreu ao humor:
“Lamento não ter um avião para lhe oferecer”, brincou, aludindo ao novo Air Force One doado pelo Catar. Trump, porém, respondeu de forma séria:
“Aceitaria, sim.”
O episódio gerou ampla repercussão internacional, reacendendo o debate sobre racismo, propriedade da terra e discurso político na África do Sul. Especialistas alertam que a instrumentalização dessas questões em fóruns diplomáticos pode intensificar divisões e comprometer o diálogo multilateral.