A gravidez precoce é um dos maiores desafios em Huambo e Luanda, com profundas consequências sociais e de saúde. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), 37% das adolescentes angolanas entre 15 e 19 anos já enfrentaram uma gestação, refletindo uma realidade alarmante.
Adelina Calundungo, do projeto “Levanta-te Jovem”, aponta a falta de educação sexual como um fator-chave. “Sem informação, muitas jovens acabam recorrendo ao aborto, muitas vezes de forma insegura”, alerta. Em Angola, 79% dos abortos envolvem adolescentes, destacando a urgência de intervenções.
Para Francisco Doido, pastor evangélico, a gravidez precoce está ligada à perda da infância. “Crianças são expostas à sexualidade cedo demais”, critica. Já a psicóloga Angelina Rodrigues reforça que muitas famílias só abordam o tema após a gravidez, quando o diálogo deveria ser preventivo.
Em resposta, programas como o de Saúde Sexual e Reprodutiva, em parceria com o FNUAP, têm promovido educação e conscientização. Contudo, a solução também passa por mudanças dentro das famílias e comunidades, garantindo que jovens possam sonhar com um futuro mais seguro.