Cerca de 176 milhões de dólares norte-americanos é o valor que o Governo angolano já pagou ao Fundo Monetário Internacional (FMI) desde 2021 até ao momento, no quadro do Programa de Financiamento Ampliado (EFF, na sigla inglesa) desta instituição financeira.
Esse valor faz parte de um pacote de cerca de 4,4 mil milhões de dólares (1 dólar vale 853 kwanzas) da dívida de Angola com o FMI, que desembolsou este empréstimo fruto do acordo do EFF, celebrado entre as partes, no período entre 2018 e 2021, segundo o representante desta instituição em Angola, Victor Duarte Lledo.
Em entrevista à ANGOP, a ser publicada nos próximos dias, a fonte avançou que o FMI espera que Angola pague, até 2028, cerca de 2,8 mil milhões de dólares, correspondentes a 70 por cento da dívida contraída. “O total da dívida de Angola é de 3,20 mil milhões em Direitos Especiais de Saque (DES), uma espécie de moeda internacional que é utilizada para efectuar pagamento de dívidas ao FMI. Na época (2018-2021), este valor era o equivalente a cerca de 4,4 mil milhões de dólares, dos quais, o Governo angolano já pagou 134 milhões de DES, correspondentes a cerca de 176 milhões de dólares, desde o fim do EFF, em 2021”, clarificou.
Além da assistência financeira, Victor Lledo disse que, actualmente, o Fundo Monetário Internacional e Angola mantêm contactos permanentes, com realce para o aconselhamento em assuntos económicos, um processo conhecido como “surveillance”. Esse aconselhamento, sublinhou, envolve a monitoria das políticas económicas e financeiras do país e identificação de potenciais riscos para o crescimento económico e a estabilidade financeira, assim como recomendar ajustes da política económica apropriada para lidar com a situação.
Referiu também que o FMI está sempre aberto a discutir um novo financiamento com Angola, havendo a demanda por parte do Governo, bem como em caso de necessidade do ponto de vista da balança de pagamentos e outros critérios estabelecidos dentro das diversas modalidades de empréstimo do Fundo. “Do nosso lado, não identificamos a necessidade de financiamento da balança de pagamento, a curto prazo, que se justifique um engajamento com o Fundo Monetário, mas estamos sempre abertos para discutir com o Governo de Angola possíveis financiamentos”, acrescentou.