O Presidente angolano João Lourenço tem se dedicado à mediação do conflito entre a República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda, buscando evitar um confronto militar aberto, ao mesmo tempo em que lida com questões internas de Angola, como infraestrutura, educação, saúde, inflação e desemprego. No entanto, seus esforços não têm sido amplamente reconhecidos. Recentemente, o grupo rebelde M23, com apoio militar substancial, expandiu seu controle na RDC, o que gerou uma reação mais contundente de Lourenço.
Apesar de ter adotado uma postura serena em relação às falhas no processo de mediação, o Presidente angolano expressou forte desaprovação após o M23 conquistar a cidade de Misisi, no Kivu Norte, região rica em recursos minerais. Ele classificou a escalada como “irresponsável” e uma violação da integridade territorial da RDC, conforme os princípios da União Africana.
Embora o acordo de cessar-fogo mediado por Angola entre a RDC e Ruanda tenha sido assinado em agosto de 2024, surgiram dúvidas sobre sua viabilidade, especialmente com a contínua guerra contra o M23. A ONU apontou que Ruanda tem apoiado o M23, com cerca de 3.000 a 4.000 soldados ruandeses combatendo ao lado dos rebeldes e controlando suas operações. Embora o Presidente Tshisekedi e a ONU acusem diretamente Ruanda, Angola tem evitado fazer acusações sem provas. No entanto, o recente avanço do M23 e a frustração de João Lourenço podem mudar o cenário e influenciar a mediação do conflito.