O Banco Nacional de Angola (BNA) lançou, nesta quarta-feira, no Huambo, o processo de consulta pública à proposta da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira (ENIF), com o objetivo de recolher contribuições de diferentes setores da sociedade para promover a bancarização e o acesso aos serviços financeiros.

Durante a cerimónia de abertura, realizada no auditório do BNA local, o chefe do Departamento de Estudo e Supervisão da Delegação Regional Centro, Adilson Chilulu, destacou a importância da educação financeira como ferramenta fundamental para a inclusão monetária e o crescimento económico.
“Queremos ouvir todos os segmentos da sociedade. Acreditamos que instituições públicas e privadas, igrejas, autoridades tradicionais, académicos, políticos e cidadãos em geral podem contribuir com as suas opiniões, para que a ENIF seja um instrumento eficaz e representativo”, afirmou.
Desafios Locais
Adilson Chilulu manifestou preocupação com os baixos índices de inclusão financeira na província, salientando que as mulheres representam a franja social mais afetada, com um número ainda reduzido de contas bancárias.
Para reverter este cenário, o responsável garantiu que o BNA está a trabalhar na redução da burocracia nos processos de abertura de contas, de modo a facilitar o acesso da população ao sistema bancário.
“O cidadão deve sentir-se satisfeito com a conta que utiliza, conseguindo atender às suas necessidades financeiras e, ao mesmo tempo, contribuir para o desenvolvimento económico do país”, frisou.
Chilulu defendeu ainda que a educação financeira deve começar desde a infância, para formar adultos conscientes e responsáveis no uso do dinheiro.
Bancarização Electrónica em Destaque
O chefe da secção de Estudo e Estatística do BNA no Huambo, Jeremias Alfredo, reforçou a importância da literacia financeira no acesso às novas formas de inclusão, como a bancarização electrónica.
Segundo ele, o uso de contas electrónicas ligadas aos telemóveis tem facilitado o dia-a-dia dos cidadãos, permitindo-lhes realizar operações bancárias sem a necessidade de deslocação a uma agência física.
“Hoje, a maioria das pessoas já consegue fazer transações através do telemóvel, o que demonstra o potencial da inclusão digital como via eficaz de bancarização”, explicou.
O processo de consulta pública continuará a decorrer nos próximos dias, envolvendo diferentes atores da sociedade civil com vista à construção de uma estratégia nacional participativa e abrangente.