O jurista Lindo Bernardo Tito expressa uma análise crítica e perspicaz sobre a dinâmica política em Angola, especialmente no que tange ao futuro da UNITA e da Frente Patriótica Unida (FPU). Em entrevista ao programa “Bancada Parlamentar”, da Rádio Correio da Kianda, ele caracteriza a política angolana como “muito volátil”, refletindo a instabilidade e as mudanças rápidas que podem ocorrer no cenário político do país.
Tito observa que o congresso da UNITA, previsto para o próximo ano, poderá ser um marco crucial para a definição das lideranças e estratégias futuras do partido. Ele sugere que, assim como no MPLA, a UNITA pode enfrentar um contexto de candidaturas múltiplas, o que pode complicar a disputa interna e a definição de uma liderança clara.
Adalberto Costa Júnior, atual presidente da UNITA, aparece como um dos principais candidatos, mas Tito ressalta que mesmo um candidato forte pode enfrentar desafios significativos dentro do partido. Ele menciona a possibilidade do retorno de figuras como José Pedro Kachiungo e Isaías Samakuva, que, apesar de seus históricos e desafios, podem trazer novas dinâmicas para o debate interno.
“Mesmo que na UNITA tenha um candidato, ele próprio terá imensas dificuldades de ganhar o Congresso diante de Adalberto Costa Júnior,” afirma Tito. Ele destaca a necessidade de considerar outras possíveis candidaturas, indicando que a política interna da UNITA pode ser mais complexa do que aparenta, com a possibilidade de reemergência de líderes que já tiveram um papel significativo na história do partido.
Essa análise de Lindo Tito não só aponta para a volatilidade da política angolana, mas também para a necessidade de um debate interno robusto dentro da UNITA, onde a diversidade de vozes e candidaturas poderá moldar o futuro do partido e, por conseguinte, o futuro da oposição em Angola.