Guerras Condicionam o Desenvolvimento e o Bem-Estar dos Povos de África.
No Dia da Paz e Reconciliação de África, celebrado em 31 de janeiro, o Presidente angolano, João Lourenço, reforçou o apelo pelo fim dos conflitos armados no continente, destacando que as guerras comprometem o progresso e o bem-estar das populações africanas. O discurso foi proferido durante uma reunião virtual do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, onde Lourenço alertou para os impactos negativos da instabilidade na região.
Segundo o Presidente, o futuro de África depende diretamente da capacidade dos seus líderes em promover a paz e a reconciliação. Ele lamentou a “perigosa tendência” de alguns dirigentes que fomentam conflitos, minando a estabilidade necessária para o desenvolvimento sustentável. “Os maus exemplos desta conduta reprovável não valorizam homens e mulheres que estão na sua origem, pelo contrário, coloca-os nas páginas menos gloriosas da história de África como promotores de tragédias humanas a todos os títulos condenáveis”, enfatizou Lourenço.
O Impacto das Guerras no Desenvolvimento Africano
Os conflitos armados não apenas agravam a pobreza, mas também resultam em deslocamentos forçados, crise humanitária e deterioração das relações entre os Estados africanos. Lourenço sublinhou que a falta de diálogo e soluções diplomáticas compromete os esforços de desenvolvimento e bem-estar dos povos. “Pormos de lado, de forma ligeira, os valores da irmandade e da solidariedade africana é um erro que nos custa caro”, advertiu.
Ele pediu uma maior dedicação das lideranças políticas e sociais na busca pela paz, citando regiões particularmente afetadas pelos conflitos, como o Leste da República Democrática do Congo, o Sudão e a região do Sahel. A estabilidade dessas áreas é fundamental para garantir um ambiente propício ao crescimento econômico e social no continente.
O Sonho dos Pais Fundadores do Nacionalismo Africano
João Lourenço recordou o legado dos pioneiros do nacionalismo africano, que lutaram pela independência e sonharam com um continente unido e próspero. No entanto, sessenta anos após as primeiras conquistas da autodeterminação, a realidade ainda está longe do ideal pretendido. “Devemos colocar de lado as nossas diferenças e transformá-las na nossa maior força para alcançarmos a paz, a estabilidade e a segurança”, apelou o Presidente.
Para ele, a construção de um futuro melhor para África só será possível com um compromisso coletivo para calar definitivamente as armas. “A paz e a reconciliação genuína são as chaves para impulsionar o desenvolvimento do continente”, concluiu.
A intervenção de João Lourenço reitera o papel essencial que a liderança africana deve assumir na promoção da estabilidade. A mensagem é clara: sem paz, não há progresso. África precisa urgentemente de um novo caminho, onde o diálogo prevaleça sobre o conflito e a solidariedade seja o alicerce para um desenvolvimento inclusivo e sustentável.
