Para 2025, o governo angolano planeja implementar um novo modelo na saúde pública, permitindo uma gestão mista que inclui participação privada em alguns serviços hospitalares, mas preservando o atendimento aos cidadãos mais vulneráveis.
“Estamos a analisar essa transformação. Atualmente, o sistema de saúde é gratuito para todos, inclusive estrangeiros, e não há qualquer tabela de preços. Com essa reforma, pretendemos manter um equilíbrio: a saúde não será totalmente privada, mas haverá um modelo de parcerias público-privadas, tal como já ocorre em áreas da educação e da saúde,” afirmou o ministro do Planeamento.
Vítor Hugo Guilherme, em declaração à agência Lusa durante os Encontros Anuais do FMI e Banco Mundial, em Washington, revelou que o Orçamento Geral do Estado (OGE) para o próximo ano poderá incluir um fundo específico para a saúde, abrindo caminho para que alguns serviços deixem de ser inteiramente gratuitos.
“Temos hospitais com equipamentos de ponta. Por que não permitir que um serviço, como o de raio-X, seja gerido por uma empresa privada? O paciente pagaria pelo serviço, enquanto os cidadãos comprovadamente carentes seriam atendidos com recursos desse fundo”, explicou o ministro.
Sobre o valor do fundo, Vítor Hugo Guilherme indicou que o processo de financiamento ainda está em fase de estudo, com alternativas como uma taxa sobre produtos nocivos à saúde, como tabaco e bebidas alcoólicas, ainda em análise.
