Em meio a um cenário económico cada vez mais desafiador, uma mensagem contundente, assinada por Neide Van-Dúnem, partilhada recentemente, traz um apelo claro: ‘o povo quer ser ouvido’. A publicação, que transcende o formato de um simples desabafo, levanta um chamado à participação activa da população nas decisões que afectam directamente a sua vida.

“Não é só sobre combustível. É sobre dignidade”, começa o texto, apontando que as crises vão além dos aumentos nas bombas de gasolina ou das flutuações económicas. Elas atingem o cotidiano, o prato de comida, a rotina das famílias que vivem com o mínimo e enfrentam o máximo.
O texto que acompanha o vídeo partilhado no perfil do Instagram de Neide Van-Dúnem, destaca uma insatisfação crescente com a forma como as políticas públicas são concebidas e implementadas, muitas vezes, segundo a actriz, sem comunicação clara, sem preparo para a transição e sem o devido respeito ao cidadão comum. “O que se decide em gabinete reflecte na panela vazia de quem não tem opções”, escreveu.
O apelo central da actriz e comunicadora, não é a crítica pela crítica. Pelo contrário, Neide convida à construção colectiva: “Não estamos aqui pra apontar culpados. Estamos aqui pra dizer: há um povo inteiro pronto pra pensar junto”. Trata-se de uma convocação à responsabilidade partilhada, em que o governo e a população caminham lado a lado para encontrar soluções.
A publicação propõe uma acção concreta: que cada cidadão escreva nos comentários uma ideia, uma proposta ou uma pergunta. O objectivo? Marcar os tomadores de decisão, envolver a sociedade na conversa e deixar registado, com respeito, que a voz do povo está presente.
“É fácil pedir calma a quem tem reservas. Difícil é manter a calma com filhos em casa e o bolso seco”, escreveu.
Esse tipo de iniciativa levanta um ponto vital para a democracia: a importância de ouvir quem sente na pele os efeitos das políticas públicas. Em vez de agir de cima para baixo, governos e gestores precisam abrir canais de escuta real e eficaz, não apenas ouvir, mas considerar, responder, integrar.