O Presidente da República de Angola e líder em exercício da União Africana, João Lourenço, defendeu esta segunda-feira, em Sevilha, a necessidade urgente de construção de sistemas de saúde financiados de forma soberana, resilientes e alinhados com as metas da União Africana e das Nações Unidas.

A declaração foi feita durante o debate sob o tema “Uma Mudança de Paradigma para Soluções Lideradas pelos Países para os Desafios do Nosso Tempo”, realizado à margem da 4.ª Conferência Internacional sobre Investimento para o Desenvolvimento, promovida pelas Nações Unidas.
“É com bastante agrado que constatamos que o mérito desta conferência reside na busca por novas formas de investimento para o desenvolvimento económico e social dos países. As Nações Unidas estão, portanto, de parabéns pela realização desta 4.ª edição da Conferência de Sevilha”, afirmou o Chefe de Estado angolano.
João Lourenço destacou que o desenvolvimento sustentável exige uma abordagem integrada que envolva capital, investimento, tecnologia e infraestruturas, mas advertiu que o ponto de partida deve ser sempre o ser humano.
“Tudo isso não pode acontecer se não cuidarmos da pessoa humana”, enfatizou, sublinhando que para que o cidadão possa contribuir activamente para o progresso do seu país, precisa de ter saúde, alimentação adequada e acesso garantido a cuidados médicos e medicamentos essenciais.
O estadista angolano reiterou que a saúde deve ser vista como um pilar estratégico para o desenvolvimento económico e social das nações, defendendo um modelo de financiamento soberano e centrado nas necessidades dos povos.
No seu discurso, João Lourenço também chamou a atenção para os desafios que o continente africano enfrenta, recordando que África alberga cerca de 1,5 mil milhões de habitantes e continua a ser fortemente impactada por conflitos armados, disputas étnicas e tensões religiosas — factores que comprometem gravemente o progresso e a estabilidade da região.