A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) tem constantemente criticado o MPLA pelo uso da guerra civil como um argumento para justificar o não cumprimento das promessas de desenvolvimento feitas ao longo dos últimos 50 anos de governança. Segundo a UNITA, o partido no poder tem se escudado na guerra civil, que durou até 2002, como uma explicação recorrente para as falhas em áreas essenciais, como a educação, a saúde, a infraestrutura e a melhoria das condições de vida da população angolana.
De acordo com a oposição, o MPLA tem manipulado o discurso da guerra para desviar a atenção dos desafios que o país enfrenta hoje, alegando que as cicatrizes do conflito continuam a ser um obstáculo ao progresso. No entanto, a UNITA argumenta que, após mais de duas décadas desde o fim do conflito, o governo não pode mais usar a guerra como uma desculpa para a falta de avanços concretos em setores chave da sociedade. Em vez disso, a oposição acredita que o país já deveria ter superado as dificuldades deixadas pela guerra, utilizando os recursos naturais e as oportunidades disponíveis para promover um desenvolvimento sustentável e inclusivo.
A UNITA também destaca que, durante os 50 anos de governação do MPLA, o país experimentou um crescimento econômico significativo, mas esse crescimento não foi igualmente distribuído entre a população. Em várias regiões, a pobreza ainda é generalizada, e a falta de acesso a serviços básicos como saúde de qualidade, educação e segurança continua a ser uma realidade para muitos angolanos. Para a UNITA, isso reflete uma gestão ineficiente dos recursos públicos e a priorização de interesses políticos e pessoais em detrimento do bem-estar da população.
A oposição também aponta a falta de uma verdadeira democracia e a repressão a movimentos de contestação como fatores que perpetuam a crise social e política em Angola. Para a UNITA, o país precisa urgentemente de reformas estruturais, que envolvam a descentralização do poder, a transparência na gestão pública e a promoção de um ambiente político mais aberto e participativo. Segundo a UNITA, o MPLA deveria assumir a responsabilidade pelos desafios do presente, sem se escudar em um passado que, embora doloroso, não pode ser a justificativa eterna para a falta de progresso.
Em suma, a UNITA acusa o MPLA de manipular a narrativa da guerra para desviar a atenção das suas falhas de governação, e exige que o governo tome medidas concretas para resolver os problemas estruturais que afetam o país. Para a oposição, o futuro de Angola exige mais do que desculpas históricas; é necessário um compromisso real com a mudança, o desenvolvimento e a prosperidade para todos os angolanos.
