Preços elevados das salas no Centro Cultural Manuel Rui Monteiro geram insatisfação entre artistas da cidade do Huambo.

Edgar Hurley
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Os artistas do Huambo têm expressado crescente insatisfação com os altos preços cobrados pela Direção do Centro Cultural Manuel Rui (CCMR) para a utilização de suas salas de ensaio e exibição. Segundo diversos profissionais da cultura local, esses custos elevados estão dificultando a organização de eventos artísticos e culturais na cidade, prejudicando a classe artística e comprometendo o dinamismo cultural da região do Planalto Central.

O Centro Cultural Manuel Rui é uma das principais infraestruturas culturais da cidade e desempenha um papel fundamental na promoção de atividades artísticas e culturais. No entanto, os preços cobrados pela sua administração para a utilização das suas instalações, como as salas de ensaio e os espaços para exibição de obras, têm sido apontados como excessivamente altos. Isso tem gerado dificuldades para artistas locais que não dispõem de grandes orçamentos, o que tem dificultado a realização de espetáculos, ensaios e outras atividades culturais essenciais para o desenvolvimento da arte na cidade.

Muitos dos profissionais da cultura que dependem desses espaços para desenvolver suas atividades não têm acesso a recursos financeiros suficientes para arcar com tais custos, o que tem levado a um enfraquecimento da produção cultural na região. Essa situação reflete uma realidade mais ampla no país, onde muitos artistas enfrentam desafios semelhantes, com dificuldades de acesso a infraestruturas adequadas e ao financiamento de projetos culturais.

O descontentamento entre os artistas do Huambo tem se intensificado, especialmente com a proximidade da discussão do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2025, que pode trazer novas esperanças para o setor cultural. A proposta orçamentária que circula entre os envolvidos prevê uma alocação de 402.733.333,00 Kz para o Centro Cultural Manuel Rui no próximo ano. Deste montante, 352.733.333,00 Kz seriam destinados a despesas correntes, enquanto 85.600.000,00 Kz seriam alocados para o pagamento de pessoal.

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Embora o orçamento para o CCMR no próximo ano seja significativo, muitos artistas questionam como esses recursos serão efetivamente utilizados e se, de fato, haverá um esforço real para tornar as instalações mais acessíveis e apoiar a produção cultural local. A crítica é de que, se os preços das salas de ensaio e exibição continuarem elevados, o orçamento previsto não trará benefícios reais para a classe artística, que continuará a ser prejudicada pelas condições financeiras restritivas.

A insatisfação dos artistas com a gestão do CCMR também reflete uma necessidade urgente de reformas nas políticas de apoio à cultura na cidade do Huambo e em outras regiões do país. Para que o setor cultural se desenvolva de forma mais ampla e inclusiva, é necessário que os espaços culturais sejam mais acessíveis e que os artistas locais tenham melhores condições para criar, ensaiar e exibir seus trabalhos.

Além disso, os artistas do Huambo ressaltam a importância de investimentos em formação, capacitação e na criação de redes de apoio ao setor cultural, para que possam competir em melhores condições no mercado artístico nacional e internacional. A alocação de recursos para a melhoria das infraestruturas culturais é vista como uma necessidade urgente, assim como a revisão das políticas de preços praticados pelo CCMR, de modo a garantir que as atividades culturais não sejam limitadas por questões financeiras.

À medida que se aproxima o debate sobre o Orçamento Geral do Estado para 2025, o setor cultural do Huambo espera que as autoridades federais e locais reconheçam a importância de apoiar a classe artística com medidas concretas. O desafio será garantir que os recursos sejam adequadamente alocados para melhorar as condições de trabalho dos artistas e tornar o CCMR um espaço mais acessível e eficiente para o desenvolvimento cultural da cidade.

O atual contexto aponta para uma necessidade de diálogo entre os gestores culturais, artistas e a sociedade civil para que soluções eficazes sejam encontradas. A preservação e o crescimento da cultura no Huambo dependem, em grande parte, de uma gestão mais eficaz dos recursos públicos, bem como do compromisso em garantir que os artistas tenham as condições adequadas para expressar sua arte e contribuir para o enriquecimento cultural da região.

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