Declarações ‘ofensivas’ de jornalista português não podem ser respondidas com silêncio por parte do Governo angolano

Foi notícia em diferentes órgãos de comunicação social as bombásticas declarações de Ricardo Costa, jornalista e director de Informação da SIC Notícias, de que os resultados eleitorais angolanos de 2022 não expressaram a vontade do povo, mas de negociações entre o MPLA e a UNITA. A ofensa, entretanto, não deve ser vista de ânimo leve, sob pena de se alimentar perspectivas de descréditos das instituições democráticas de Angola.

O povo angolano levou aproximadamente 500 anos para se livrar da escravatura e colonialismo a que foi submetido pelo povo português. E de lá para cá, o país tem optado por certas metamorfoses políticas visando a melhoria de seus povos, sendo que entre as mudanças se podem destacar a evolução de Angola para Estado Democrático e de Direito, e para a Economia de Mercado.Porém, apesar de essas opções angolanas terem sido adoptadas há mais de três décadas, ainda existe uma mania de algumas autoridades, políticos e fazedores de opinião na Europa, entre os quais em Portugal, de se desvalorizar o alcance de Angola nessas matérias.Por exemplo, o Presidente João Lourenço tomou posse como Chefe de Estado angolano pela primeira vez em 2017, um período que coincidiu com a existência, em Portugal, de um processo de corrupção envolvendo o antigo vice-Presidente da República de Angola, Manuel Domingos Vicente.Angola pedia a Portugal que enviasse o caso de Manuel Vicente para ser julgado no país, mas havia, em Lisboa, quem, motivado por alguma soberba, ousou dizer que a justiça em Luanda não era confiável.

O facto gerou um “irritante” diplomático entre as duas capitais.Entretanto, passados dois anos desde aquele episódio, surge mais um cidadão português, no caso um jornalista, deitar abaixo toda luta e história de sacrifício e resiliência angolana, referindo que os resultados das eleições-gerais de Angola de 2022 não resultaram da vontade do povo, mas de negociações entre o MPLA, partido no poder, e a UNITA, maior partido na oposição.Uma ofensa grosseira às instituições angolanas, e deve ser respondida com veemência clara por parte das autoridades.São várias as instituições que se envolvem no processo eleitoral angolano, a começar pelo Ministério da Administração do Território, que trata do registo eleitoral, o Ministério da Justiça, por conta dos documentos de identificação, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE), a quem cabe a contagem e o apuramento dos votos, bem como o Tribunal Constitucional, este que tem a competência para validar ou não os resultados anunciados pela CNE.Portanto, na visão do jornalista português Ricardo Costa, não só o esforço destas instituições foram em vão, como também a CNE e o Tribunal Constitucional estão mergulhadas em descrédito, dado que, na óptica do jornalista da SIC Notícias, anunciaram e validaram números negociados entre partidos políticos e não a vontade do povo expressa na urna.A UNITA, através de seu presidente, já reagiu. Tomou por falsas as referidas declarações, e exigiu para que o jornalista se retrate.E espera-se que o Governo angolano também não se cale diante dessa infâmia, e exija, para higienização de todos os angolanos, um pedido de desculpas públicas, ou, no limite, que o alto quadro da SIC Notícias apresente provas…

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